Queria dizer que toda essa conversa sobre sentimentos era irrelevante, já que no final, o que realmente importava são as atitudes que tomamos. Aliás, há tempo eu já nao pensava mais nessa história. Pra mim estava morta, interrada. Mas Clare era muito insistente, muito, muito insistente. Por fim, resolvi contá-la a história da minha pior inimiga. Àquela que devo tudo de ruim que aconteceu comigo. Bem, também não é pra tanto. Mas, realmente essa garota me rendeu mais problemas do que eu esperava.

Seu nome era Blaze- em outra ocasião, teria dito que era lindo, mas se tratando dela, ele se tornou realmente ridículo. Ela era o tipo de garota que qualquer um gostaria de conheçer- não sei o que ela tinha de tão especial, mas conseguia te tornar a mais popular da escola, ou te desmoralizar em um piscar de olhos. Ela tinhas todos na mão. A única pessoa a quem ela respeitava, e pior do que isso, que deixa ser tratada como cachorro era Fred, o namorado dela;ele,era a pior pessoa que você possa imaginar. Vivendo de mentiras, e pequenos furtos, até grandes roubos, ele ia levando a vida; brincando com sua pequena marionete, que faria qualquer coisa que ela mandasse. Fácil pra ele.
Dizem que não importa qual seja a verdade, as pessoas vêem o que querem ver. Outras precisam dar um passo atrás para enfim, descobrirem tudo a sua volta. E finalmente, há aquelas pessoas que precisam fugir de tudo para não olhar a si mesmas. Blaze era assim. Ela precisava ver que suas mentiras poderiam traí-la a qualquer momento.
A escola onde estudáva-mos, era uma típica escola do sul dos Estados Unidos. Na verdade, além de ser uma escola normal, era também um internato. Tá. Não um internato, só era uma escola que se podia "morar". Pra mim, era um prisão. Mas, voltamos o assunto à história.
Como já disse, talvez eu fosse a única pessoa que enxergava Blaze como ela realmente era. Uma estúpida, uma ordinária, um burra, uma coitada. Alguém que eu só não sentia pena, por que ela não merecia. Bem, mas não teria sentido se eu ficasse falando dela, não é? O que realmente aconteceu é que um certo dia, nos duas nos pechamos. Eu estava na fila do refeitório, e ela estava bem na minha frente. Ouvi quando ela disse-arrogante como nunca- para a moça do balcão:

-Vocês podiam pelo menos melhorar a comida! Isso tá parencendo lixo! Pelo seu salário, devia fazer coisa melhor, sua idiota. - Revirou os olhos e ficou encarando a pobra da moça. A balconista por sua vez, ficou sem fala, assim como todos á minha volta. Foi então que fiz um comentário baixinho, que eu juro, não era com a intenção de ela me ouvir.

-Você é que devia cuidar melhor do seu rabo antes de falar dos outros. - Não me perguntem como eu disse aquilo. E nem como ela ouviu. Bem, coragem nunca me faltou. Percebi todos os olhares em mim. Eu devia estar igual a um tomate. No dia, ela simplesmente não respondeu. Me fuzilou com os olhos, e saiu andando. Achei aquilo pior do que se tivesse me xingado o tempo todo. O silêncio me assuta mais, pois quando deixamos de falar, guardamos aquilo tudo: todo aquele sentimento ruim dentro de nós, até que não conseguimos mais aguentar. mas deixei assim, por enquanto.

O pior, foi que ela não deixou assim. Estupidez da minha parte pensar ao contrário. A vingança, pra algumas pessoas, é importante demais. Como disse, nossa escola é como um internato, de modo que temos quarto (juuura?) e, logo, ele passa por uma revisão geral toda a semana. Para ver o que os alunos andam usando, se não estão cavando um buraco de fuga, algo do tipo. Como eu sempre passara normal nesse testes, não me dei ao trabalho de analisar meu quarto, só ara ter certeza. Eu estava na lanchonete, quando me chamaram na direção. Eu fora supensa por uso de drogas. Que?Como?Quem?Eu?Daonde?Que injustiça!É obvio que não! Foram essa minhas últimas palavras. Não intendo como uma pessoa que poderia ter tudo da vida como a Blaze, se sujava daquela forma. No mínimo, foi aquele Fred quem fez com ela fizesse aquilo. Como disse, gente burra, é assim.
Hoje, estou bem, como Clare podia perceber. Havia mudado de Estado, para não ter mais problemas com a polícia. No fundo, eu havia gostado. Eu estava morando com a minha avó, no sul da Califórnia. Todos lá eram simples e humildes. E isso era o que realmente importava pra mim. Por estar com a consiencia tranquila, lembrar, ou semplesmente contar toda aquela história não me incomodava. Claro, depois daquilo, eu fora muito humilhada naquela escola, e até pelos meus pais, qe duvidam da verdade. Eu não me cansaria de repití-la. Pelo menos, até que a comprovassem, enfim. Minha avó, confiava em mim. Ou pelo menos, mostrava isso. "Clare também; por isso pediu que eu contasse." pensei.


-Que história hein?!- Disse ela. Riu um pouco, suavemente.- O que você pensa disso tudo agora?
Olhei para o lado, buscando as palavras certas. -Continua achando Blaze uma idiota completa. E tenho vontade de matá-la por isso. Bem, provavelmente, ela mesmo sinta vontade de fazer isso.
Clare pensou no assunto.- Pode ser. Mas não sei não. Acho que não tem solução. O que está feito, está feito. Mas porque ela fazia essas coisas?Não consigo entender.
"Por ser irracional. Até um animal pensaria melhor que ela.Eu quero mais é que se dane." Tive vontade de dizer isso. Mas me vi com tantas dúvidas, queria intendê-las. Abaixei a cabeça e disse:- Será que é isso que a vida quer de nós?Será que é isso que a vida quer que aprendemos? é pra isso que nascemos? entender as pessoas? ou isso é algo que não podemos fazer?
Respirei fundo. Por fim, vi que meu interior respondia. Decidi compartilhar isso com minha amiga. - Acho que estamos aqui por um propósito: saber equilibrar as coisas da vida, o amor,a amizade, a confiança, a raiva, a esperança, a felicidade, a loucura, a fé, o egoísmo, e todos os sentimento que possam afetar de algum modo alguém que esteja ao nosso redor, porque não podemos viver sem ninguém, mas não podemos viver apenas para os outros, porque se forçar para um lado você cai, e se forçar para o outro cai também.
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Olha, dessa ves eu gostei do conto. nem tão sonhador, nem tão dramático. To chegando lá! HOSHUAHSHAUOS *-* Espero que cada vez mais eu possa me aperfeiçoar (:


Beijos, Adriana Schönell

3 comments

Daniel Savio | 22 de setembro de 2010 às 13:39

Gostei mais da linção de moral (pois estamos para aprender com os nossos erros, apesar de preferir aprender com os erros dos outros), mas que pais são estes que ficam contra a filha!?

Fique com Deus, menina Adriana S.
Um abraço.

Agatha S. | 23 de setembro de 2010 às 13:04

Adorei o texto!
Beijos minha linda *-*

http://agathasplace.blogspot.com/

Nicoli Nunes | 24 de setembro de 2010 às 09:49

Oi! Estou seguindo teu blog já, amei! Parabéns!! Segue o meu também? http://garotaadolescenteestilosa.blogspot.com/ e tenho o outro pessoal também onde escrevo meus textos: http://nihdauzacher.blogspot.com/
Beijão, mais uma vez, parabéns pelo blog! Visita e segue o meu também!

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